As eleições já estão batendo à porta do Rio de janeiro faz tempo. Em nível nacional, o Estado que deu a maior votação regional à Lula em 2002 se prepara para repetir a dose, visto que José Serra não goza de grandes prestígios em terras Fluminenses. Em termos estaduais, Garotinho vem surgindo como um antigo "fato novo" que tem dado muita dor de cabeça ao atual Governador, Sérgio Cabral.
Governador eleito em 1998, Garotinho fez um dos Governos mais populares da história do Rio de janeiro, tanto que, superando o mestre, fez o que Leonel Brizola não conseguiu: elegeu seu sucessor. No caso, sucessora, sua esposa Rosinha Garotinho.
Candidato a Presidente da República em 2002, pelo modesto PSB, conseguiu chegar em terceiro lugar na disputa nacional, com mais de 15 milhões de votos, superando inclusive a votação de Lula no Rio de Janeiro e repassando seus votos para este no segundo turno.
Na sucessão de Rosinha, apoiou e elegeu Sérgio Cabral, que como Presidente da Alerj havia sido seu aliado durante os 8 anos de poder.
Hoje adversários por conta da extinção de vários programas de políticas públicas implementados por garotinho e extintos por ele, Cabral é, visivelmente, o personagem que mais sofre com o retorno de Garotinho à vida pública depois de 8 anos sem disputar uma eleição.
Diante da tragédia ocorrida em Angra dos Reis na virada de ano, por exemplo, ao invés de se colocar como Governador, apontando as ações do Governo para minimizar o drama das vítimas, Sérgio preferiu, diante das câmeras, colocar-se como candidato e pontuar a diferença entre seu comportamento e de Garotinho como Governadores, "acusando" o ex aliado de, em seu Governo, estar presente à todos os eventos graves ocorridos no estado.
O retorno de Garotinho a vida pública, no entanto, e a possibilidade de seu retorno ao poder no Estado com o apoio de Lula e Dilma, vem causado pânico às correntes mais conservadoras até mesmo da imprensa. Toda sorte de bobagens têm sido publicadas na grande mídia como estratégia de abalar uma possível candidatura do ex Governador. Até a propaganda de uma TV por assinatura tenta associar o nome de aliados do Governador com esquemas de corrupção comprovadamente instalados na década de 80, mais de dez anos antes de sua posse.
Até aqui, Garotinho e cabral são os únicos concorrentes ao Governo do Estado, embora Garotinho ainda não tenha nem mesmo formalizado sua intenção de se candidatar mesmo com as pesquisas lhe sendo completamente favoráveis.
Desde já estaremos cobrindo todos os movimentos do processo eleitoral que ocorrerá em outubro com reportagens, entrevistas e trazendo para os leitores todos os bastidores desta que talvez seja a eleição mais importante do Rio de janeiro desde 1982, quando Brizola venceu a ditadura e se sagrou vitorioso.
